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Resumo Por Capítulo: Os Sertões

Resumo Geral


Euclides da Cunha inicia sua obra descrevendo os aspectos geológicos, hidrográficos e climáticos que fazem do sertão um ambiente tão hostil ao homem. O interminável ciclo de chuvas e secas se alterna por décadas, ora proporcionando um terreno fértil ao estabelecimento humano, ora tornando seus habitantes nômades em busca de oásis de sobrevivência. Tais fatores fizeram do interior do nordeste uma zona desconhecida, muito pouco estudada e avessa a povoamentos duradouros. Ele lista alguns componentes da fauna e da flora da caatinga que sustentam a vida na região: cactos resistentes, árvores de folhas grossas e revoadas de pássaros migrantes formam a paisagem hostil.


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Ao considerar o aspecto humano do conflito de Canudos, Euclides faz uma extensa descrição das “raças” que formavam o povo brasileiro e da forma como havia se dado a ocupação do território até então: desde os primeiros portugueses, degradados e criminosos, que cruzaram seu sangue com os indígenas originários, passando pelos escravos africanos que povoaram boa parte da costa, nas plantações de cana, até a confluência de todos os tipos no padrão “pardo” que deveria dominar a maior parte da população em um futuro próximo.


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O cruzamento de raças, climas e geografias daria ainda origem aspectos variáveis no comportamento do povo: a natureza farta do sul beneficiaria o investimento no trabalho e no desenvolvimento social, enquanto a seca e o calor do norte prejudicaria o intelecto e daria mais vazão aos instintos brutos do sertanejo.


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O tipo mais presente no sertão, os jagunços, seriam o resultado do cruzamento de vaqueiros e bandeirantes, vindos de São Paulo, com povoamentos indígenas, que teriam se estabelecido na região sob o ordenamento dos padres católicos. O eixo principal dessa ocupação teria se dado nas regiões próximas ao rio São Francisco. A grande mistura de raças, segundo a ciência da época, só poderia originar um povo inferior, sem objetivos. Euclides conclui, porém, que o sertanejo era “um forte”, considerando a dura adaptação que lhe era possível em um ambiente altamente hostil.


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O povo sertanejo é marcado por fortes influências culturais e religiosas de origem portuguesa. O manejo das boiadas e o ciclo das secas são os principais marcadores do ritmo de vida no interior nordestino. Tal combinação desde sempre favoreceu o surgimento de seitas e agrupamentos fanáticos.


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Antônio Conselheiro, futuro líder do arraial de Canudos, nascera em meio a uma família de vaqueiros valentes, mas fora criado para uma vida de trabalho no comércio. Após se casar, porém, sofrera algum revés com sua esposa e tornou-se nômade. Numa vida de ascetismo e penitência o andarilho chamou atenção por onde passou, tornando-se conhecido e logo reunindo um bando de fiéis ao seu redor. Suas pregações tinham um caráter primitivo, que o autor compara ao dos primeiros profetas cristãos. Euclides ainda pontua que numa sociedade evoluída Antônio seria diagnosticado com algum transtorno psicótico, mas que o meio degradante em que vivia fez com que seus discursos facilmente se conectassem à fé cega do povo humilde da região.


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A fama de Conselheiro também originou os primeiros embates com lideranças religiosas e políticas: ainda que seu grupo trabalhasse voluntariamente na construção e reforma de igrejas por onde passasse, grupos eclesiásticos alertavam sobre o extremismo de seu comandante; com uma vida cercada de mistérios e alvo de muitos boatos, Antônio chegou a ser preso sob suspeita de assassinato, mas cumpriu a própria profecia ao se libertar e retornar ao sertão.


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Sabendo da perseguição que viria a sofrer com a implantação da República, Antônio Conselheiro abrigou sua horda de fiéis no singelo povoado de Canudos, na Bahia, às margens do rio Vaza-Barris, tornando-o centro de peregrinação de fanáticos de todo tipo: criminosos arrependidos, inválidos, prostitutas e beatas rumavam em busca da terra prometida. O arraial cresceu vertiginosamente, com inúmeros casebres de pedra se amontoando de forma desordenada. Uma missão católica chegou a visitar o local e alertar para a imprudência de se criticar o novo governo, mas o beato foi irredutível em seus argumentos.


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O conflito efetivamente se inicia com desentendimentos entre o Conselheiro e políticos da região, que se incomodavam com os constantes saques efetuados pelos jagunços que se abrigavam no arraial. Inicialmente o governo estadual enviou algumas centenas de soldados de polícia para desmontar a ocupação, crentes que seria um trabalho fácil. As singularidades do terreno e a desordem dos militares, porém, frustrariam os planos iniciais.


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A partir daí sucessivas expedições militares com milhares de homens seriam enviadas ao sertão, embalados pelo sentimento nacionalista da recém nascida República, sempre com a ideia de que teriam vitória certa. O povoado, entretanto, também se organizava e recebia o apoio de cangaceiros e jagunços que se reuniam conforme eram informados do iminente combate. Inúmeras vezes o exército brasileiro caiu nas mesmas armadilhas: o ambiente hostil, tanto pelo clima quanto pelo relevo, surpreendia e enfraquecia os soldados, que não contavam com a bravura dos combatentes sertanejos.


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Euclides da Cunha relata com preciosismo os diversos avanços e recuos das tropas, tecendo severas críticas à falta de organização tática e estratégica dos militares e constantemente elogiando a interminável resistência do arraial. Enquanto isso, na capital do País, as frequentes decepções com as notícias do conflito povoavam o imaginário dos republicanos com a ameaça de insurreições por todo o território nacional.


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A extensão da batalha por meses a fio exigiu que o exército organizasse um fluxo constante de envio de suprimentos aos acampamentos oficiais, que reuniam soldados de todas as partes do país. Os sertanejos, por sua vez, resistiam contra todas as dificuldades, sempre crescentes, e apesar de recuarem jamais fugiam da luta.


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Quando ocorreu a morte de Antônio Conselheiro a derrota já era inevitável, mas ainda assim os jagunços se organizaram para defender Canudos até o último casebre. Ao finalmente tomarem posse de todo o território, os grupos militares condenavam a maioria dos prisioneiros à pena capital, formando um cenário caótico e desolador.



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