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Resumo Por Capítulo: Os Sertões

O HOMEM: Capítulo 5


CANUDOS: ANTECEDENTES

Em 1890 Canudos era um amontoado de cinquenta casas de palha à beira do rio Vaza-Barris, onde uma fazenda fora abandonada. O local, que abrigava desordeiros e criminosos ociosos, tinha esse nome em referência aos “canudos-de-pito”, “tubos” que eram extraídos de plantas que cresciam à beira do rio e eram utilizados como cachimbo.


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O isolamento geográfico e a desocupação de muitos dos abrigos tornou o sítio ideal para a fixação de Conselheiro e sua gente.


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CRESCIMENTO VERTIGINOSO

Estabelecido em Canudos, o arraial de Antônio Conselheiro passou a receber inúmeras turmas de povoadores que abandonavam os vilarejos e cidades vizinhas em busca da terra sacralizada pelo profeta do sertão.


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Chegando ao povoado os migrantes partilhavam todos os seus bens com o Santo Conselheiro e se empenhavam na construção desordenada de taperas para os novos moradores.


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ASPECTO ORIGINAL

A cidade erguia-se já em ruínas: os casebres mal acabados amontoavam-se sem qualquer planejamento, entre becos estreitos e em meio à natureza morta. À distância mal se podia perceber que havia ali um povoamento, assemelhava-se a um amontoado de pedras restantes de um terremoto.


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As casas em geral possuíam três cômodos mal iluminados e desconfortáveis, repletos de imagens de santos deformados e armamentos rústicos.


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A ocupação do terreno avançou rapidamente, limitado apenas pelas curvas do rio e pelas encostas dos morros ao entorno. O posicionamento das casas e a existência de círculos de trincheiras pareciam favorecer táticas de defesa a possíveis ataques.


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REGIME DA URBS

Canudos vivia sob um regime comparável ao dos primeiros agrupamentos bárbaros, com Antônio Conselheiro como árbitro de todas as causas e um povo com fé absoluta em sua palavra iluminada.


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POPULAÇÃO MULTIFORME

Os crentes fervorosos e os bandidos sem rumo se misturavam numa só massa de fanáticos religiosos que viam em Canudos a antessala da eternidade celestial. O preceito máximo de Conselheiro era o sofrimento como meio para a libertação da alma: seus seguidores não esperavam mais nada da vida, abrindo mão de quaisquer posses e vaidades. Mesmo instituições sagradas para o cristianismo, como o casamento, eram desencorajadas pelo profeta, que via no apocalipse a justificativa para o desapego a questões tão mundanas.


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POLÍCIA DE BANDIDOS

Os jagunços bem armados eram os melhores discípulos do mestre, que se utilizava deles para manter a “ordem” no arraial: a falta às rezas ou o vício em álcool eram punidos com prisão, enquanto assassinatos poderiam ser plenamente tolerados.


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DEPREDAÇÕES

Esse grupo de valentões também garantia a subsistência do povoado com saques às fazendas e cidades vizinhas, chamando a atenção das autoridades regionais. Dentro de Canudos todos os “ganhos” eram compartilhados com a multidão de inválidos, mulheres e crianças que viviam da fé no Conselheiro.


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O TEMPLO

Outra atividade que demandava o esforço dos homens de Canudos era a construção de uma catedral idealizada por Antônio. Disforme, sem estilo e desrespeitando quaisquer proporções geométricas, a obra talvez refletisse a própria desordem de espírito do “arquiteto”.


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ESTRADA PARA O CÉU

Espalhava-se pelo sertão a crença de que Canudos guardava a salvação eterna a todos seus habitantes, sendo a única alternativa ao governo “desvirtuado” da República. Levados ao arraial na esperança de uma terra fértil, os sertanejos confrontavam-se com uma paisagem desoladora, mas o misticismo cego os mantinham fiéis às palavras do profeta.


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AS REZAS

Ao fim das tardes os sinos chamavam o povo para se ajoelhar na praça e rezar. Fogueiras eram acesas no entorno dos fiéis, que se dispunham separadamente, homens e mulheres.


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AGRUPAMENTOS BIZARROS

Entre as crentes reuniam-se beatas, prostitutas, donzelas e mães de família; jovens e velhas; brancas, negras e mestiças; todas sob o mesmo coro, vestidas com simplicidade e sem quaisquer adereços, exceto rosários, bentinhos, cruzes e outros artefatos religiosos.


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Entre os homens, todos de aparência rude e forte, havia criadores de gado que abandonaram suas posses, criminosos procurando redimir seus pecados e jagunços famosos por seus feitos corajosos, que em breve seriam figuras centrais na resistência de Canudos.


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Além destes, destacavam-se Antônio Beato e José Félix, como ajudantes diretos de Conselheiro, e Manuel Quadrado, “médico” curandeiro que desvendava as propriedades curativas das ervas do sertão.


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O “BEIJA” DAS IMAGENS

Após um longo período de rezas e ladainhas, o Conselheiro distribuía inúmeros crucifixos e imagens sagradas para serem beijadas por todos os fiéis. Este ritual havia sido instituído pelo profeta e gerava profundas comoções em seu rebanho: mulheres entravam em êxtase, convulsionavam; crianças choravam, assustadas; e os homens entrebatiam suas armas com estardalhaço. Ao final, Antônio pregava.


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POR QUE NÃO PREGAR CONTRA A REPÚBLICA?

Estabelecido seu “reinado” pessoal, restava a Antônio Conselheiro antagonizar a nova ordem estatal que se impunha sobre o país: mesmo sem aspirações políticas, nem conhecimento profundo sobre o tema, ele pregava contra a República.


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Tal movimento é comparado a seitas medievais que se opunham a qualquer dominação exceto a de um líder religioso local. Trata-se, portanto, de um “refluxo” histórico gerado pelo isolamento de mais de três séculos do povo sertanejo.


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Invadido o arraial, foram encontrados documentos que atestavam a ingenuidade e a superficialidade do pensamento político entre os moradores do local: discursos do profeta e pobres poemas contrapunham a “lei de Deus”, que haveria em Canudos, à “lei do cão”, que seria trazida pela República, sendo este o argumento central de todo o espírito revoltoso.


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UMA MISSÃO ABORTADA

Em 1985 um missionário capuchinho, Frei João Evangelista de Monte Marciano, liderou uma missão ao arraial para tentar uma saída “diplomática” para o impasse de Canudos. Os moradores os receberam com uma desconfiança sinistra, mas mesmo os milhares de homens fortemente armados não abalaram a confiança dos religiosos, que logo se viram na presença do Conselheiro.


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RETRATO DO CONSELHEIRO

Vestindo somente uma túnica azul, com barba e cabelos compridos e um rosto cadavérico, Antônio recebeu cordialmente o missionário e seus acompanhantes.


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Ao tentar alertar o Conselheiro da necessidade de esvaziar o arraial, por conta das condições insalubres que já causavam muitas mortes, o missionário recebeu graves insultos da população, que defendia seu líder. Antônio, porém, manteve uma serenidade surpreendente: argumentou que fora atacado pela polícia e por isso mantinha uma “exército” a seu redor, sendo que fora preso pelo governo monarquista, mas não o seria pelo republicano, que não reconhecia como soberano.


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Os religiosos insistiram em argumentar sobre a separação entre o estado e a Igreja, mas os seguidores do Conselheiro continuavam a repeli-los. O profeta manteve a postura sóbria, aceitando a permanência dos missionários na cidade, mas se recusando a desarmar seu povo.


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As pregações dos católicos estenderam-se por sete dias, com a realização de alguns casamentos e poucas centenas de batismos e confissões. Os discursos menos rígidos quanto às penitências e mais severos contra os homicídios logo deram aos padres a fama de “maçons republicanos” e levantaram um movimento contra os visitantes.


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MALDIÇÃO SOBRE A JERUSALÉM DE TAIPA

Assim como os apóstolos faziam ao serem expulsos das cidades, os missionários tiraram o pó de suas sandálias e evocaram a Justiça Divina para dar conta de Canudos. Porém, diferentemente do que fizera Cristo perante Jerusalém, eles amaldiçoaram o arraial.


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