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Resumo Por Capítulo: Os Sertões

O HOMEM: Capítulo 3


O SERTANEJO

O sertanejo define-se como “antes de tudo, um forte”. Apesar de sua estética mestiça desengonçada e feia, quando exposto a uma situação de necessidade ele se ergue com agilidade e potência impressionantes. Desocupado ele aparenta um cansaço constante, tem um caminhar desequilibrado e quando parado sempre se apoia em qualquer parede. Mas basta um novilho em fuga para que o sertanejo se transforme num autêntico vaqueiro que domina seu cavalo e empreende uma busca cheia de energia.


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TIPOS DÍSPARES: O JAGUNÇO E O GAÚCHO

O gaúcho, tipo presente nos pastos do sul do país, é a antítese do vaqueiro do norte: sempre bem aprumado, com vestes coloridas e boa fisionomia, ele não é castigado pelas secas e vive em celebração da abundância que seu meio lhe provém.


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O VAQUEIRO

A inconstância do sertão, com seus cruéis períodos de miséria, faz com que seus homens enfrentem a vida como uma condenação, durante a qual é preciso estar sempre guardando energias para um desastre iminente. Até mesmo o visual do sertanejo lembra o de um guerreiro exausto: suas roupas são monocromáticas, muitas vezes cobertas pela poeira da terra seca.


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O GAÚCHO

O cavaleiro sulista, por sua vez, mantém com orgulho uma postura valente e com energia constante.


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O JAGUNÇO

O sertanejo não se empenha em aparentar heroísmo, mas faz-se forte quando necessário, podendo apresentar mais resistência e perigo a seus inimigos: carrega todas as suas ações com um ódio profundo.


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OS VAQUEIROS

Apesar de compartilharem das mesmas atividades laborais, os vaqueiros do sul as fazem com muito mais cerimônias e festividades que os do norte.


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SERVIDÃO INCONSCIENTE

Enquanto no sul os proprietários das terras vivem em suas estâncias e acompanham o trabalho de seus vaqueiros, no norte eles permanecem no litoral e muitas vezes passam a vida toda sem conhecer suas propriedades pessoalmente. Enquanto isso os sertanejos cuidam de suas terras e seus rebanhos, recebendo em troca um quarto das novas cabeças de gado.


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A relação entre vaqueiro e patrão é permeada de profunda confiança e fidelidade, ficando a cargo do empregado toda a administração da fazenda, com a marcação e o reconhecimento do gado, e o envio de relatórios ao seu senhor.


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A VAQUEJADA

Os sertanejos de propriedades vizinhas mantêm relações de solidariedade no cuidado dos animais. Entre junho e julho ocorre a tradição das vaquejadas, quando diferentes rebanhos são reunidos e levados a pastagens sem cerca: lá os vaqueiros trabalham em equipe, recebendo funções específicas e se empenhando em buscar bois fugidos.


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A ARRIBADA

O movimento das boiadas é ritmado por cantigas melancólicas entoadas pelos vaqueiros, que observam os animais com familiaridade e calculam mentalmente os lucros que conseguirão na próxima feira.


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ESTOURO DA BOIADA

O voo de um pássaro ou a corrida de um animal pode agitar o ânimo de toda uma boiada, que sai em disparada sem rumo destruindo tudo o que há pela frente. Em desespero, os vaqueiros recebem a ajuda dos vizinhos que ouvem o “estouro” ao longe e saem para recolher o gado.


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TRADIÇÕES

Nas horas de descanso os vaqueiros compartilham suas aventuras das vaquejadas e seus ganhos das feiras enquanto apreciam sobremesas de frutas locais, como o umbu e o jerimum. Nas vilas ocorrem festas de cavalhadas, mouramas e encamisadas, tradições trazidas de Portugal que resistem ao tempo mais no sertão do que em sua origem.


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DANÇAS

Reuniões festivas são embaladas pelo choradinho e pelo baião, reunindo solteiros e famílias noite adentro.


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DESAFIOS

Nestes eventos também é tradição o desafio de rimas, nos quais dois cantores elaboram quadras que se iniciam sempre com o último verso proposto pelo adversário, até que um deles titubeie numa rima difícil.


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Terminadas as festividades os sertanejos retornam às suas obrigações. Alguns eventualmente se enveredam pelos gerais, cruzando o São Francisco, rumo a Goiás, Tocantins ou Piauí para a compra de mais gado, depois retornam à vida monótona do sertão.


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A SECA

A iminência da seca não apavora o sertanejo, que vive desde sempre esta realidade incerta. A natureza e algumas técnicas supersticiosas dão os primeiros sinais de que o desastre cíclico retornará, mas o nortista resiste enquanto pode.


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INSULAMENTO NO DESERTO

A realidade da seca desperta a religiosidade no sertanejo. Após cavar a terra em busca dos últimos resquícios de umidade, se alimentar de mandacarus e raízes de umbuzeiros, sofrer com a carência de vitaminas que lhe cega à visão e presenciar seus bois morrerem ressecados, ele cede e segue uma das procissões de retirantes que passam em frente a sua fazenda.


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Após abrigar-se por meses na costa ou em serras distantes, o sertanejo saudoso retorna às suas terras.


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RELIGIÃO MESTIÇA

A rudez psicológica do sertanejo propicia o surgimento de uma religiosidade primitiva, que mistura o monoteísmo cristão ao misticismo indígena e africano. Assim alimentam-se lendas de seres fantásticos, como o caapora, o saci e o lobisomem, bem como se “canonizam” popularmente santos não reconhecidos pela Igreja.


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FATORES HISTÓRICOS DA RELIGIÃO MESTIÇA

Além da mestiçagem de crenças indígenas e africanas, a religiosidade sertaneja foi alimentada historicamente pela crença milagrosa e messiânica trazida pelos colonizadores, praticantes de um catolicismo obsessivo.


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CARÁTER VARIÁVEL DA RELIGIOSIDADE SERTANEJA

A dependência da terra e de seu clima instável cria uma atmosfera psicológica propícia à crendice e ao apego místico. Assim os sertanejos buscam apoio tanto no culto cristão quanto no candomblé dos negros ou nos “poracês” tupis. O culto aos mortos é outra característica marcante deste povo, que venera túmulos à beira de estradas e festeja o falecimento de crianças: a morte é vista como uma vitória final.


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A “PEDRA BONITA”

As agitações religiosas do sertão também proporcionam eventos sinistros, como o ocorrido em 1837 em Pernambuco, na serra Talhada, quando um visionário afirmou que o rei português D. Sebastião ressurgiria de dentro de uma formação rochosa chamada “Pedra Bonita”. Para confirmar tal previsão seria necessário derramar o sangue de crianças sobre a pedra: o fanatismo levou inúmeras mães a entregarem seus filhos ao sacrifício.


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MONTE SANTO

Aventureiros em busca de lendárias minas de prata já consideravam o Monte Santo um lugar enigmático: havia ali uma inscrição gigantesca que indicaria o caminho do “eldorado”.


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Mais tarde um missionário, Apolônio de Todi, considerou o morro semelhante ao calvário de Jerusalém, batizando-o “Santo” e empreendendo a construção das primeiras capelas comporiam a via-sacra de três quilômetros pela qual ainda passam as festividades da Semana Santa.


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AS MISSÕES ATUAIS

O autor considera que os missionários modernos não fazem um bom trabalho para as populações locais: apenas incutem maldições, temores e ameaças em sermões melodramáticos que deprimem ainda mais o frágil povo sertanejo.


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OS “SERENOS”

Como resultado dessa religiosidade fanática e catastrófica, em 1850 os sertões do Cariri foram tomados por companhias de penitentes, denominados “Serenos”, que se flagelavam, pregavam o fim do mundo e pediam esmolas. Como a caridade não os bastou, passaram a roubar e foram devidamente reprimidos pela justiça.


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