NOVA FASE DA LUTA: Capítulo 3
EMBAIXADA AO CÉU
Restavam ainda, ao norte do arraial, alguns acessos que permitiam seu abastecimento e a chegada de novos lutadores, além de possibilitarem eventuais fugas dos sertanejos. Esta última opção, entretanto, por mais que Canudos sofresse com a perda de seus principais guerreiros, não era levada a sério pela maioria dos revoltosos.
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A miséria, porém, era cada vez maior, assim como a proporção de mulheres, crianças e enfermos entre os habitantes que restavam.
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Em 22 de setembro a morte do líder Antônio Conselheiro, dias após a destruição quase completa das igrejas do arraial, sela o destino de Canudos. Sem perspectivas de inverter o cenário trágico, os sertanejos apelam para a fé no milagre final: Conselheiro teria “ido ao céu” para convocar milhões de arcanjos ao campo de batalha – isso justificaria, inclusive, a longa permanência dos soldados imóveis nas trincheiras: eles estariam apenas “esperando” pelo juízo final.
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COMPLEMENTO DO ASSÉDIO
Na manhã do dia 24 as tropas orquestraram um forte ataque com disparos de canhões ao arraial, enquanto batalhões invadiam as áreas adjacentes com indiscriminada violência: baionetas eram enfiadas para dentro dos casebres e disparavam a esmo, resultando em gritos e choros da maioria de mulheres e crianças que permaneciam entocadas.
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Apesar dos avanços, os militares logo acumularam 13 baixas e viam seus oponentes recuarem, mas nunca fugirem.
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CENÁRIO DA TRAGÉDIA
Do alto do morro, no acampamento das tropas, inúmeros curiosos acompanhavam com binóculos o espetáculo trágico do cerco final de Canudos: estouros, explosões, fogo e fumaça tomavam conta do amontoado de escombros que se tornava o arraial.
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Uma exaltação toma conta plateia ansiosa: bandeiras vermelhas ao norte sinalizam que o vilarejo está totalmente bloqueado, a insurreição estava morta.
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