Capítulo 15
Desde que soube da chegada do navio que levaria embora o seu amado, Ana Rosa perdeu-se em reflexões conflitantes sobre sua situação: ora pensava que Raimundo era um ingrato que merecia seu desprezo, ora alimentava a esperança de entregar-se a ele contra todas as circunstâncias. Na manhã do embarque a menina recebeu uma visita inesperada de Raimundo, que lhe entregou uma carta a qual deveria ler somente após sua partida.
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O mulato, depois de entregar a correspondência a Ana Rosa, tentou adiar ao máximo a chegada ao navio: fez compras irrelevantes, andou sem rumo, alimentou a esperança de um cancelamento da viagem. Quando chegava ao porto, no entanto, decidiu voltar ao depósito de Manuel, de quem queria se despedir devidamente, sem imaginar que o tio o esperava junto à embarcação.
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Enquanto isso Ana Rosa já havia lido a carta de Raimundo, na qual ele declarava todo seu amor à prima, justificando sua partida com a intenção de não desgraçar o futuro da jovem. Quando Raimundo surgiu novamente, procurando por seu pai, Ana o levou até seu quarto e o persuadiu a realizarem o amor proibido.
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No cais, Manuel e Diogo maldiziam o mulato, que não apareceu para o embarque no navio que já partia. Os dois combinaram que não deveriam contar a verdade a Ana, para averiguarem sua reação.
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De volta à sua casa, Manuel encontrou Ana desequilibrada emocionalmente, ainda mais quando ele afirmou que Raimundo havia embarcado. O cônego, ao chegar, combinou com Manuel que agiria de forma diferente: contaria a verdade à menina, esperando obter dela informações sobre qualquer plano secreto.
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Fingindo desejar a união do casal e revelando que Raimundo não havia partido, Diogo convenceu Ana a confessar-se a ele na ocasião da próxima missa.
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