Parte 3 - Os Aimorés
4 - Na Treva
O narrador retorna no tempo para explicar os acontecimentos do capítulo anterior: chamado para seguir a comissão de D. Diogo, Loredano havia instruído Rui Soeiro que deixasse tudo pronto para o ataque ainda naquela noite. Assim, ao lado de cada homem fiel a D. Antônio, estava um de seus traidores prontos para matá-los durante o sono e a casa havia recebido ao seu redor montes de palha que iniciariam rapidamente um incêndio. Além disso, Rui se dispôs a fazer a guarda noturna da casa, junto a outro traidor.
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Aires Gomes estava em seu quarto à noite, reunido a Nunes, que era seu velho amigo. O novo aventureiro comentava a semelhança de Loredano com o Frei Ângelo di Luca e, de acordo com a data de chegada do italiano, concluíram que tratava-se do mesmo homem. Os dois ouviram um rumor na porta, mas não deram atenção: era Rui Soeiro que a trancava após ter ouvido toda a conversa. Após isso ele foi realizar a guarda noturna, esperando pelo retorno de seu chefe.
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Loredano não teve dificuldades para desvencilhar-se de D. Diogo, que tinha pressa em sua viagem. Assim, o italiano justificou algum dano na sela de seu cavalo para atrasar-se, e logo estava retornando ao Paquequer. Lá fez o sinal combinado, imitando o canto de uma coruja e daí em diante já sabemos o que acontecera.
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Uma vez no quarto de Cecília, Loredano planejava agarrar a moça à força, voltando rapidamente ao outro lado do precipício e ordenando que seus comparsas golpeassem os demais aventureiros, fiéis a D. Antônio, seguindo com o ataque à casa do fidalgo. Depois iria com seus companheiros ao Rio e de lá partiriam em busca do almejado tesouro.
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Antes disso o italiano ainda preocupou-se em tirar do armário todas as roupas da jovem, reunindo-as sobre o tapete que serviria de bolsa.
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Loredano já esticava sua mão sobre Cecília quando a jovem, sonhando, balbuciou o nome de Peri.
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