Capítulo 8
D. Úrsula já havia contado ao padre Melchior os planos para seu sobrinho, que, no entanto, demonstrava incerteza em sua carreira política. Helena, ao contrário do que Estácio imaginava, também apoiou a ideia de uma carreira política, pensando que assim agradava ao pai de Eugênia, com quem ele pretendia se casar.
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Estácio passou dois dias em casa, a folhear livros e organizá-los nas estantes, junto a Helena.
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No terceiro dia receberam D. Tomásia e Eugênia para o jantar. A jovem estava empolgada com a carreira que seu futuro marido teria na política, e Estácio ficou sem jeito para recusar esta proposta, deixando para depois uma decisão definitiva.
Na manhã seguinte Estácio viu Helena lendo uma longa carta. Ficou curioso, imaginando algum romance, ou talvez alguma amizade antiga do colégio, e teve ciúmes de sua irmã. Assim que foi falar com ela, Helena guardou os papéis, como se desejasse mantê-los em segredo.
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Mais tarde, Estácio recebeu de Eugênia uma carta banal, cheia de frivolidades, que ao final apenas pedia que ele a respondesse ou a visitasse. Ele terminava a leitura quando Helena entrou em seu gabinete. O jovem pediu que ela lesse a carta, na esperança que ela também mostrasse a sua – mas foi em vão.
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Helena, por outro lado, sugeriu que Estácio fosse visitar sua amada, se era a intenção dele casar-se com ela. O rapaz comentou a superficialidade que observava no discurso de Eugênia, mas Helena insistia que não era possível esperar todas as qualidades em uma só mulher: era necessário sacrificar algo pelo bem da felicidade doméstica. Os conselhos da irmã eram tão lúcidos que convenceram Estácio de ir ao encontro de sua noiva. Porém caiu um temporal que impediu a saída do rapaz.
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Observando a chuva pela vidraça, Estácio comentava sobre como era bom admirar a tempestade quando se estava sob um abrigo. Ouvindo isso, Helena, que estava tristonha, dizia pensar sobre os que não tinham abrigo, nem mesmo um amigo em momentos como aquele.
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