Capítulo 14
Camargo recebeu a carta de Estácio com muita satisfação: seu único grande amor era por Eugênia, que agora tinha o futuro garantido ao casar-se com um homem rico e que, em breve, entraria para a política – deu em sua testa seu segundo beijo. D. Tomásia também aprovou a escolha de sua filha, preocupando-se mais com os valores morais do que com os monetários que resultariam de tal união, diferentemente de seu marido.
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A cerimônia seria realizada em março, com o apoio de D. Úrsula e Helena, que somente exigiram que o casal fosse morar junto a elas. O padre Melchior também elogiou a decisão de Estácio, garantindo que seu pai também estaria feliz com este desfecho.
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Somente Estácio sentia algum peso em sua escolha: por mais que todos afirmassem que ele tinha em suas mãos o melhor futuro possível, o jovem não se sentia à vontade com a carreira política, nem com o casamento.
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Apenas um imprevisto ocorreu no intervalo para a união dos noivos: a madrinha de Eugênia, uma fazendeira viúva e muito rica, adoeceu gravemente. Preocupado em garantir um justo legado, Dr. Camargo decidiu visitá-la com sua mulher e filha. Eugênia, entretanto, não aceitou deixar a corte sem a companhia de seu noivo. A contragosto, considerando a exigência da garota um exagero, Estácio comprometeu-se a acompanhar a viagem. Ele não sabia que estava prestes a embarcar em um drama “intenso, funesto e irremediável”.
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