118 - A mão de Sancha
O narrador filosofa sobre a duração das coisas e o fato de que tudo acaba um dia, para introduzir o capítulo em que a relação entre sua família e a de Escobar começa a se abalar.
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Era uma noite de sábado quando houve uma reunião na casa de Escobar, contando com a presença de José Dias e prima Justina, inclusive.
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Escobar havia tido uma conversa reservada com Bento, pedindo que conversassem no dia seguinte sobre um projeto que tinha em mente, para as duas famílias. Sua esposa, Sancha, no entanto, se antecipou e contou a Bento que eles pretendiam viajar à Europa dali dois anos. Nesta conversa, Bento percebeu que a mulher de seu amigo estava olhando-o de uma forma diferente, sedutora.
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Bento distanciou-se de Sancha e encontrou Escobar novamente: ele comentava sobre o mar, muito agitado ultimamente, mas não o suficiente para que ele não nadasse no dia seguinte: então bateu no peito, mostrou o braço musculoso para Bento e pediu: “apalpa!”. O narrador confessa que apalpou os braços dele como se fossem os de Sancha, sentindo inveja, também, por serem tão fortes.
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Na hora da despedida, Bento sentiu que Sancha apertou sua mão de forma diferente, deixando-o ainda mais confuso. Chegando em casa foi ao seu gabinete, onde encarou a fotografia de Escobar e repensou os acontecimentos: talvez Sancha apenas estivesse ansiosa para a viagem, então queria lhe convencer de aceitar a ideia. A insinuação sexual poderia ser apenas criação de seus desejos.
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O narrador admite que sua crise também se dava pela timidez que levava consigo, e o impedia de agir em direção à sua atração. De qualquer forma, a timidez era responsável por sua virtude, ele pensa. Mas naquela noite nem chegou a pensar nisso, apenas sentiu que seu desejo não era tão grande quanto parecia, e dormiu.
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