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Resumo Por Capítulo: Os Sertões

O HOMEM: Capítulo 1


COMPLEXIDADE DO PROBLEMA ETNOLÓGICO NO BRASIL

O autor baseia-se em estudos antropológicos, hoje já ultrapassados, para delinear as três “raças” humanas que formaram o brasileiro: o índio, que seria uma “raça” originária da América; o negro, “raça” originária da África; e o português, de origem Celta.


O cruzamento entre esses povos teria dado origem a outras três variedades de raça: o mulato (branco com negro), o mameluco (branco com índio) e o cafuzo (negro com índio). Os cruzamentos subsequentes, porém, levariam a uma diversidade ainda maior, ou talvez ao padrão do “pardo” como representante final da mistura brasileira.


Há ainda variantes históricas e climáticas que influenciaram na distribuição e nos fluxos migratórios dos brasileiros, sendo um engano qualquer tentativa de calcular sobreposições de uma “raça” sobre outras, ou mesmo de uma “unificação racial” – como sustentavam alguns antropólogos.


VARIABILIDADE DO MEIO FÍSICO

Ainda que o Brasil seja considerado um “país tropical”, é possível encontrar formações climáticas muito distintas em seu território: do Rio Grande até São Paulo há uma zona temperada, com temperaturas entre 15° e 20°; desde o Paraná até Minas Gerais é possível identificar uma zona de transição subtropical; e do sul da Bahia até os estados do norte há efetivamente o clima tropical.


Além disso, as disposições geográficas, do relevo e dos movimentos atmosféricos, contribuem para uma diversidade ainda maior dentro de cada zona climática: afastando-se do litoral a umidade do ar pode cair e originar áreas desérticas (ao norte), ou o regime de chuvas constantes pode promover uma abundância de fauna e flora (ao sul).


No extremo norte, no estado do Pará, a variação climática é tão intensa que é possível experimentar todas as estações do ano em um só dia, enquanto que durante o ano mal se podem perceber estas transições.


As diversas características climáticas influenciam, segundo o autor, no estado de ânimo dos habitantes de cada região: o ar quente e úmido da Amazônia propiciaria exaustão, pouco desenvolvimento intelectual, maior entrega aos instintos passionais e pouca “fortaleza moral”, enquanto o clima ameno do sul seria mais convidativo ao trabalho.


…E A SUA REFLEXÃO NA HISTÓRIA

O autor considera haver uma clara divergência entre a ocupação dos territórios norte e sul do país: o sertão seco e seus rios intermitentes que correm para o mar intimidaram os exploradores e os fizeram permanecer na faixa litorânea do atual Nordeste brasileiro; enquanto isso, mais ao sul, a Serra do Mar convidou os colonizadores a estabeleceram-se seguramente no planalto e ainda descobrirem o seu interior, infiltrando-se pelos rios que correm nesse sentido (movimentos conhecidos como Bandeiras).


Assim, enquanto o norte era atacado por holandeses, o sul cultivava uma espécie de independência em relação ao restante do país.


AÇÃO DO MEIO NA FASE INICIAL DA FORMAÇÃO DAS RAÇAS

Considerando a distribuição diversa das três “raças” originárias do Brasil, as “sub-raças” teriam se adaptado de acordo com as características de cada meio em que se desenvolveram. Assim, mais uma vez é negada qualquer possibilidade de se encontrar uma uniformidade étnica para o país como um todo.


A FORMAÇÃO BRASILEIRA NO NORTE

Focando-se no que teria sido a origem dos jagunços (habitantes do sertão), o autor decide relatar mais detalhadamente a ocupação do norte do país desde o descobrimento.


OS PRIMEIROS POVOADORES

O primeiro século de colonização portuguesa na América resumiu-se ao envio de degradados (criminosos condenados) e colonos forçados. Assim a população indígena e negra permaneceu majoritária por muitos anos.


A declaração católica de que não havia pecado abaixo da linha do Equador instigou os primeiros exploradores a procriar intensamente com a população nativa, originando a primeira grande leva de miscigenados (conforme há relatos em cartas de padres Jesuítas).


O autor propõe que, portanto, a extinção indígena não teria se dado pelo extermínio, mas antes pelo cruzamento com os brancos.


OS JESUÍTAS

Enquanto ao sul os padres Jesuítas encontraram fortes resistências dos colonizadores, tendo suas Missões continuamente atacadas e destruídas, no norte eles encontraram terreno propício para a exploração do sertão e a integração dos índios na cultura cristã.


A GÊNESE DO MULATO

A primeira mestiçagem de brancos e negros ocorreu ainda em Portugal, onde a população de origem africana já era muito considerável por volta de 1500. Chegando ao Brasil os escravos foram encaminhados majoritariamente aos canaviais, permanecendo na região costeira do nordeste e não influenciando muito na genética dos sertanejos.



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