Capítulo 4
No dia seguinte Basílio faz mais uma visita a Luísa. A empregada Juliana fica afoita por descobrir o que se passa entre sua senhora e o visitante: ouve pela porta eles se tratando por “tu” e compartilha suas descobertas com a cozinheira Joana. Sebastião bate à porta, mas desiste da visita ao saber que já havia gente em casa.
Na manhã do domingo Luísa envia uma mensagem à D. Felicidade, com quem sai à noite após passar o dia todo em seu quarto. Juliana continua a vigiar o comportamento da patroa, julgando-a mal por sair àquele horário acompanhada apenas por outra senhora. Sebastião visita a casa mais uma vez e fica sabendo da saída de Luísa.
No passeio noturno Basílio encontra-se com a prima e D. Felicidade. Conversam sobre as atividades do dia, com o primo sempre menosprezando as atrações portuguesas quando comparadas às estrangeiras. Basílio ganha confiança de D. Felicidade mostrando interesse por suas doenças estomacais.
De volta à sua casa Luísa aguarda o chá a ser servido por Juliana, enquanto a empregada cheira a roupa usada da patroa a procura de vestígios de algum homem.
Na manhã seguinte Basílio aparece novamente na casa de Luísa e ela pede a Juliana que faça entrar qualquer outra visita. Somente nessa ocasião a empregada descobriu que o convidado recorrente era primo de Luísa, mas ainda assim desconfiou da finalidade de tais encontros.
Julião surge à procura de notícias de Jorge. A aparência relaxada do desastrado médico repugna Basílio, que o trata com desdém. Percebendo a arrogância do primo de Luísa, Julião logo se retira.
Na sequência o Conselheiro Acácio se apresenta, também procurando saber de Jorge. Os comentários negativos de Basílio sobre Lisboa e a região contrariam o novo visitante, que é um nacionalista convicto. Ainda assim a cortesia e formalidade do Conselheiro permitem que haja uma boa conversa com o primo, que em certo ponto apresenta seus dotes musicais, cantando uma música que Luísa toca ao piano.
Quando ficam sozinhos novamente, Basílio anuncia que vai partir e Luísa pede que ele fique. A cena resulta na aproximação do casal, em carícias e beijos trocados. A mulher quase desfalece e logo se recompõe, mandando o primo embora. Apesar de confusa, pede que ele volte no dia seguinte.
Enquanto isso Sebastião tocou a campainha, mas recusou-se a entrar ao saber que a moradora estava acompanhada. O amigo de Jorge já se sentia envergonhado de nunca encontrar Luísa sozinha e ouvia comentários da vizinhança sobre as constantes visitas de Basílio.
Sebastião era um homem solitário. Em sua casa viviam Vicência, cozinheira, e tia Joana, governanta. Era inteligente, mas sua timidez o atrapalhava desde os anos escolares. Vizinho de Jorge, Sebastião criou com ele um laço muito profundo, chegando a planejarem uma vida juntos, até surgir Luísa, com quem nunca se sentiu totalmente à vontade.
Chegou uma carta de Jorge que deixou Luísa perdida em pensamentos: tentava responder ao seu marido, mas era invadida pela imagem do primo. Considerou cortar as relações com Basílio, mas logo desistiu. Seu comportamento estava tão alterado que Juliana percebeu que algo de diferente ocorrera naquela tarde.
Nos dias seguintes Basílio continuou a visitar Luísa, tentando convencê-la a fazerem um passeio a Sintra, num coupé fechado. Como a moça se esquivou do convite, o primo insinuou que iria embora de Lisboa e Luísa se dispôs a pensar na proposta.
Sebastião pensou em procurar Luísa novamente, mas desistiu após flagrar Basílio entrando em sua casa. Foi falar com Julião sobre o caso e o médico ressaltou sua antipatia pelo tal primo, considerando importante que Sebastião alertasse a moça sobre a má fama que as visitas ganhavam entre os vizinhos.