Março de 1893
Dia 2, quinta-feira
Helena e Nico armam um teatrinho de bonecos e cobram ingressos das pessoas de casa. Eles esperavam fazer mais dinheiro convidando crianças das ruas, mas a avó não permite.
Dia 4, sábado
A avó de Helena pergunta a ela o que aprendera nos jantares com a tia Madge. A garota relata lições de bons modos à mesa e economia doméstica, como gastar menos querosene e fósforos nas lamparinas. A avó lembra que é por isso que tia Madge consegue sustentar tão bem sua casa e reforça a importância de Helena prestar atenção a suas lições.
Dia 6, segunda-feira
Helena conta que ficou assustada ao experimentar uma sobremesa feita de gelo e que derrete na boca, chamada sorvete. Também se divertiu com uma invenção que dava choques elétricos nas pessoas. Tudo isso ela conheceu com Laurindo e Seu Guerra, na casa de Seu Luís de Resende, que tem muito dinheiro.
Dia 9, quinta-feira
O pai de Helena acha graça que ela tenha inveja do lenço que Luisinha usa na cara por conta de uma dor de dente. A garota não quer passar pelo mesmo problema, pois percebe como sofrem os que ficam doentes dessa forma, mas tinha vontade de sair na rua com um lenço no rosto, porém sua mãe não deixou.
Dia 11, sábado
Tio Julião, primo distante da mãe de Helena, gosta de contar histórias quando recebe visitas. Desta vez lembrou o caso de um rapaz que caçoou de um homem que invocava os santos quando se ouviam trovões e acabou sendo atingido por um raio.
Tio Henrique, com mais de oitenta anos, passava o dia comendo e bebendo cachaça. Alexandre, pai de Helena, aconselha que ele pare com o álcool, mas o velho argumenta que há quem não beba e morra bem mais jovem do que ele. Helena acha graça das conversas dos tios.
Dia 13, segunda-feira
Nesse ano houve a procissão de Cinzas, que não ocorria há muito tempo e reuniu diversos santos. Helena descreve algumas das imagens e fala sobre os costumes dos fiéis durante o evento, assumindo duvidar de algumas crenças populares.
Dia 14, terça-feira
A cidade continua alvoroçada em busca do ladrão misterioso que vira cupim quando é perseguido. Helena desconfia da história, pois imagina que bastaria prender o cupim e esperar que ele voltasse a ser ladrão na cadeia.
Dia 16, quinta-feira
Helena pondera que seria mais feliz se fosse malvada. Ela encontrou as Correias, amigas de sua mãe, enforcando um gato e ficou com muita pena. As moças justificaram a Dona Carolina que o gato havia roubado um pedaço de carne e a mãe de Helena contou que a filha sentia pena de tudo, mesmo.
Dia 23, quinta-feira
Helena percebe que os adultos estão sempre falando dos mesmos assuntos: ficam repetindo histórias e discordando das mesmas questões, sem chegar a qualquer conclusão.
Dia 26, domingo de Ramos
A mãe de Helena reclama do leite de uma vaca comprada por tia Carlota, que está sempre aguado, e sugere que a alimentação do animal seja mais substanciosa. Uma pretinha esperta que fazia as entregas conta que isso não é preciso, pois o leite é tão grosso que Carlota sempre mistura água.
Dia 30, quinta-feira Santa
Reunidos na Chácara, os familiares de Helena fizeram a refeição tradicional da semana santa, com três garrafas de vinho do Porto ao final, e foram ao Palácio para a confissão.
Tia Carlota foi atendida pelo Bispo, que gostava de perguntar tudo. A cada pecado que o religioso questionava, a tia respondia que pecara “muito”. Após muitas respostas idênticas o Bispo pediu que Carlota voltasse depois, quando não estivesse tão bêbada. A família toda riu do caso.