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Resumo Por Capítulo: Alguma Poesia

Poema que aconteceu


O "Poema que aconteceu" explora um momento de quietude e introspecção, capturando a sensação de pausa e reflexão em um "domingo sem fim nem começo". A ausência de desejo e problema sugere uma ruptura temporária com as preocupações e agitações cotidianas, permitindo um estado de ser em que o tempo parece suspenso e as preocupações mundanas perdem sua urgência.


A imagem do mundo que "parou de repente" e dos homens que "ficaram calados" evoca uma atmosfera de calma e silêncio, quase como se a vida tivesse pausado para um momento de contemplação coletiva. Essa quietude universal contrasta com a frenética atividade humana habitual, oferecendo uma oportunidade para reflexão e talvez um reencontro com aspectos da existência frequentemente ignorados ou esquecidos na correria diária.


Interessante notar a metalinguagem na segunda parte do poema, onde o narrador reflete sobre o ato de escrever poesia. A mão que "não sabe que está escrevendo" sugere um processo de criação inconsciente ou automático, onde o autor se desliga de intenções deliberadas, permitindo que o poema se manifeste por si mesmo. Essa desconexão entre o autor e sua obra pode indicar uma busca por autenticidade na expressão poética, livre das imposições da mente consciente.


A indiferença hipotética do autor, caso soubesse que está escrevendo ("mas é possível que se soubesse nem ligasse"), reforça a ideia de que o valor do poema reside em sua capacidade de capturar um momento ou sentimento autêntico, independentemente da intenção ou do reconhecimento. Isso sugere uma valorização da experiência e da expressão espontânea em detrimento da construção deliberada e da busca por significado.


"Poema que aconteceu" é uma reflexão sobre a quietude, a existência e o processo criativo, destacando a beleza e a profundidade que podem ser encontradas na suspensão do tempo e na desconexão das preocupações cotidianas. Ao mesmo tempo, questiona o papel do autor na criação poética, explorando a tensão entre a intencionalidade e a espontaneidade na expressão artística.



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