Esperteza
O poema "Esperteza" explora o tema do amor casual e da manipulação emocional através de uma narrativa em primeira pessoa. O narrador expressa o desejo de se envolver amorosamente "por esporte" com uma mulher, especificamente uma loura, durante um breve período de tempo, sugerindo um envolvimento superficial e temporário.
A ideia de se tornar um "brinquedo nas suas mãos" reflete a consciência do narrador sobre a vulnerabilidade inerente a esse tipo de relação, onde se permite ser manipulado ou usado para o prazer momentâneo de outra pessoa. A disposição em "apanhar" e "sorrir" durante o jogo amoroso indica uma aceitação das consequências dessa dinâmica, desde que seja temporária.
No entanto, o poema revela uma reviravolta na perspectiva do narrador ao afirmar que, uma vez finalizado o "jogo", ele não continuará sendo um "joguete", mas retornará a ser ele mesmo. Essa declaração sugere uma distinção entre a persona adotada durante o envolvimento superficial e a identidade verdadeira do narrador, que permanece intacta após o término da experiência.
O final do poema, onde o narrador imagina a mulher "espantada de ver um homem esperto", aponta para um desfecho onde ele retém o controle sobre sua identidade e emoções, surpreendendo a parceira com sua capacidade de se desvincular emocionalmente da situação. O uso da palavra "esperto" sugere uma autoimagem de astúcia e autocontrole, contrastando com a possível percepção de vulnerabilidade ou ingenuidade por parte da mulher.
"Esperteza" é, portanto, um poema que reflete sobre jogos de poder e controle dentro de relações amorosas passageiras, questionando a autenticidade dos envolvimentos superficiais e a capacidade de preservar a própria identidade em meio a dinâmicas de manipulação emocional.