Capítulo 1
A história se passa na Granja do Solar, onde o Sr. Jones, o proprietário, fecha o galinheiro à noite, mas, embriagado, esquece de trancar as vigias. Depois de cambalear pelo pátio, ele entra em casa, bebe mais um pouco e vai dormir, deixando a granja em uma aparente calma.
Entre os animais que se reúnem no celeiro estão Sansão (chamado Boxer, no original), um cavalo conhecido por sua força fenomenal, e Quitéria (Clover, no original inglês), uma égua maternal e protetora. Os três cachorros, Ferrabrás, Lulu e Cata-vento (chamados Bluebell, Jessie e Pincher em inglês) ficam bem à frente, seguidos pelos porcos. As galinhas se empoleiram nas janelas, as pombas nos caibros, e as ovelhas e vacas se deitam. A cabra Maricota (ou Muriel, no original), e Benjamim, o burro, também se juntam ao grupo. Patinhos órfãos entram e são protegidos por Quitéria, enquanto Mimosa (no inglês, Mollie), uma égua vaidosa, chega por último. O gato encontra um lugar quente e dorme, ignorando tudo. Todos, exceto Moisés (ou Moses), o corvo, estão presentes para ouvir o velho Major, um porco ancião que inicia um discurso inflamado sobre a revolução.
Ele compartilha sua visão de uma utopia onde os animais são livres da opressão humana, uma vida sem a tirania de Jones, que os trata com descaso. Major fala sobre a inevitabilidade de uma rebelião, um levante contra os humanos, pintando um quadro de liberdade e igualdade. Sua fala incita uma faísca de esperança e determinação entre os animais.
Maricota, cabra inteligente, acompanha atentamente as palavras do Major. As ovelhas, que nem mesmo nomes recebem na história, não desempenham um papel ativo na discussão e apenas concordam com tudo o que ouvem. O burro Benjamin expressa um certo ceticismo, sendo um dos poucos animais que não é tão influenciado pela retórica revolucionária.
O velho Major entoa a canção "Bichos da Inglaterra", que ressoa como um hino de liberdade e unidade entre os animais. A reunião, carregada de novas ideias e um sentido de propósito, é interrompida abruptamente quando Jones, perturbado pelo canto, dispara na direção do celeiro, pensando haver ali um ladrão.
Este primeiro capítulo não apenas estabelece o pano de fundo da insatisfação dos animais, mas também introduz as primeiras faíscas da revolta. A narrativa flui do descaso humano para a esperança animal, antecipando os eventos revolucionários que estão por vir.