Parte 1
Capítulo 8
Winston é atraído pelo aroma de café verdadeiro, um lembrete fugaz de um passado distante. Ele decide evitar o Centro Comunitário e se aventurar pelas ruas de Londres, um ato de rebeldia contra a vida rigidamente controlada do Partido.
Winston caminha pelas áreas empobrecidas habitadas pelos proletas, a classe trabalhadora que compõe a maioria da população. Ele reflete sobre a frase que escreveu em seu diário: "Se é que há esperança, a esperança está nos proletas." Apesar da miséria e ignorância que os cercam, ele se agarra à crença de que eles possuem o potencial para derrubar o Partido.
Um ataque aéreo interrompe a rotina da rua, e Winston se vê no meio do caos e da destruição. Ele presencia a morte e o sofrimento causados pela guerra constante, um lembrete da brutalidade do regime.
Winston observa um grupo de proletas discutindo acaloradamente sobre a Loteria, um evento que serve para distraí-los e mantê-los sob controle. Ele reflete sobre como o Partido manipula a Loteria e como os proletas são mantidos em um estado de ignorância e esperança ilusória.
Winston se depara com a lojinha onde comprou seu diário e decide entrar. Ele conhece o proprietário, Sr. Charrington, e se vê atraído por objetos do passado que representam um tempo de liberdade e individualidade.
Uma gravura de uma antiga igreja desperta a curiosidade de Winston, e o Sr. Charrington compartilha uma cantiga infantil que faz referência a igrejas de Londres. Winston reflete sobre como o Partido apagou a história e como até mesmo a arquitetura se tornou uma ferramenta de propaganda.
Winston tenta conversar com um velho proleta no bar, buscando um vislumbre do passado e uma confirmação de que a vida antes da Revolução era melhor. No entanto, a memória fragmentada do velho e sua incapacidade de fazer comparações significativas deixam Winston frustrado e desiludido.
Ao sair da loja, Winston se depara com a garota de cabelo preto, que ele suspeita ser uma espiã da Polícia das Ideias. O encontro o deixa aterrorizado e reforça a sensação de que está sendo vigiado e perseguido.
De volta ao seu apartamento, Winston escreve em seu diário sobre a dor, o medo e a fragilidade do corpo humano. Ele reflete sobre a inevitabilidade da captura e tortura pela Polícia das Ideias e sobre a esperança que deposita em O'Brien.
A voz estridente da teletela interrompe os pensamentos de Winston, lembrando-o da onipresença do Partido e de seu controle sobre a realidade. Ele se vê confrontado com os slogans do Partido: "GUERRA É PAZ, LIBERDADE É ESCRAVIDÃO, IGNORÂNCIA É FORÇA."
O capítulo termina com Winston contemplando a moeda com a imagem do Grande Irmão e questionando o futuro. Ele se pergunta se a esperança nos proletas é realmente possível e se a busca pela verdade e pela liberdade vale o risco que está correndo.