Parte 1
Capítulo 7
Winston escreve em seu diário sobre a esperança que reside nos proletas, a classe trabalhadora oprimida, para derrubar o Partido. Ele reflete sobre a falta de consciência política dos proletas e sua incapacidade de se rebelar, apesar de sua força numérica. Winston relembra um incidente em que um grupo de mulheres se revoltou por causa de panelas, mostrando um vislumbre de seu potencial de resistência, mas que se dissipou rapidamente em conflitos individuais.
Ele questiona a narrativa do Partido sobre a Revolução e a opressão dos capitalistas no passado, copiando um trecho de um livro infantil que descreve um mundo de pobreza e exploração antes da ascensão do Partido. Winston duvida da veracidade dessas informações e se pergunta como saber o que é verdade em um mundo onde o passado é constantemente reescrito.
Ele relembra um incidente em que teve em mãos uma prova concreta da falsificação da história pelo Partido: uma fotografia que contradizia as confissões de três homens executados por traição. Essa experiência o perturba profundamente, mostrando o poder do Partido de controlar o passado e a realidade.
Winston reflete sobre o conceito de "duplipensamento" e a capacidade do Partido de fazer as pessoas acreditarem em mentiras absurdas, como a afirmação de que dois mais dois são cinco. Ele se questiona se é ele o louco por se apegar à verdade e à realidade objetiva, mas encontra coragem na crença de que O'Brien compartilha de suas dúvidas e questionamentos.
Em um ato de desafio, Winston escreve em seu diário: "Liberdade é a liberdade de dizer que dois mais dois são quatro. Se isso for admitido, tudo o mais é decorrência." Essa afirmação representa sua resistência à manipulação da realidade pelo Partido e sua busca pela verdade, mesmo que isso signifique enfrentar a perseguição e a morte.